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O Movimento Corporal do Pensamento

Esse projeto dará sequência à pesquisa que vem sendo desenvolvida acerca da expressividade e gestualidade afro-brasileira. Já entrando no seu terceiro ano de execução,vem sendo realizado dentro do programa de pesquisa e extensão AnDanças, pertencente ao grupo de pesquisa em Geofilosofia e performances do pensamento. Temos empreendido, desde uma metodologia interdisciplinar, investigações acerca do corpo e das performances que além de mobilizar teses filosóficas (sobre a noção de corporeidade) mobilizam também os corpos dos participantes. Tudo isso visando uma questão filosófica: como pode um corpo expressar-se? As reflexões propostas partem de algumas inspirações e inquietações. Para além da própria vivência com o samba e a capoeira, as manifestações populares afro-baianas, uma inspiração é a pergunta spinozana: o que pode um corpo? Que respondemos, nesse momento, e sob um aspecto, com auxílio de algumas reflexões de Merleau-Ponty, especialmente com suas noções de corpo e corporeidade presentes na obra “Fenomenologia da Percepção”, com a noção de expressão de seu artigo “A dúvida de Cézanne”, e com a noção de carne de seus escritos tardios. Esses elementos devem nos ajudar a pensar a pergunta aqui feita. Dizemos que é “sob um aspecto” que nos valemos das teses merleau-pontyanas porque também gostaríamos de enfatizar o quanto dessas vivências constituem nossa reflexão e o quanto temos recorrido a textos de outras áreas,sobretudo da antropologia, para buscar inspiração (mobilização) para teses filosóficas acerca dos temas que me interessam (corpo e arte, nomeadamente). O contato com as culturas de “motriz” africana, na teoria e na prática, tem reverberado em muito na nossa leitura desses conceitos. O termo motriz, utilizado por Ligiéro também nos é caro, ele é usado para substituir o conceito de “matriz” como origem e, para além disso, nos auxilia a pensar o movimento do corpo e nele dos pensamentos ancestrais que nos atravessam na contemporaneidade.

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