A ideia de encontros “In-uteis” parte da tese de que a arte, a poesia, não serve para nada, para nada além de si mesma, do gozo que proporciona, sendo de fato útil apenas em si mesma (in). Entretanto, como diz o poeta Ferreira Gullar, “a arte existe porque a vida não basta” e, nesse sentido, ela se torna, paradoxalmente, o inútil necessário a vida. O que parece mover a alma dos artistas é sempre essa necessidade imperiosa de dar ao mundo outras significações, múltiplos sentidos, explorá-lo para além do científico e do moral num campo estético e em tudo mais amplo que os demais.

Os encontros proporcionaram uma pausa poética para todos nós que vivemos no cotidiano conturbado de construção de nossa universidade. 

As exposições, performances e demonstrações de nossas pausas poéticas foram abertas ao público externo, funcionou como uma forma de convidar e incentivar a comunidade externa a entrar na Unilab, conhecer esse espaço, ocupá-lo e travar esse contato com a arte produzida aqui, por pessoas da cidade e pelos intercambistas de outros países e estados, promovendo um rico encontro e uma aproximação entre Unilab e moradores de São Francisco do Conde.

A ação atuou em diversas frentes: primeiramente, procurou constituir um espaço para que artistas da comunidade da Unilab pudessem apresentar seus trabalhos, expor suas produções. Em segundo lugar, esses trabalhos foram apresentados a comunidade externa, seja levando-os para fora, seja abrindo e incentivando a ocupação do espaço da Universidade. Também foram selecionados artistas da comunidade da cidade de São Francisco do Conde e região, por meio de parcerias com os órgãos locais. Proporcionou também oficinas e workshops de formação das diversas áreas artísticas, a fim de instrumentalizar ainda mais os artistas da comunidade. Ao final, focou no cinema como ferramenta de divulgação da cultura  e do debate.